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A vida agora é uma Ciranda

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Aos 10 anos, ficava na janela, vendo a corrida das gotas de chuva no vidro.
Era capaz de dizer quantos passarinhos pousaram sobre o muro ou
quantas formigas carregavam a folha.
Aos 20, achava que já sabia de tudo, que o mundo lhe pertencia,
que podia voar sem asas, que tudo acabaria num instante, se
não bebesse as emoções até a última gota.
Aos 30, entendeu que, de nada sabia, e que era preciso um bocado de lucidez para se frustrar com as reviravoltas da vida e, ainda assim, continuar sonhando.
Aos 40, sentia-se segura, mais confiante, embora os traços do tempo
começassem a surgir, sem lhe roubar o brilho.
Aos 60, queria dançar, ria de si mesma, das bobagens que fez, do choro
desnecessário, dos vendavais que enfrentou.
Agora, observa novamente as gotas miúdas no vidro, olha o jardim,
os passarinhos no muro, as formigas levando a folha, rega a roseira.
É bonita com seus fios brancos e a luz dos olhos que o tempo não apagou.
Ainda sonha, inventa histórias, arrisca um passo qualquer para espantar a tristeza.
A vida agora é ciranda, criança brincando de roda.
O mundo gira.
Ela sorri.

Eunice Ramos

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