
Nós também carregamos nossos lixos,
restos, falhas, fracassos, sofrimentos.
E, todas as dores, todo o avesso das nossas vidas,
que é tão pesado.
As percepções se alteram. Os campos encolhem,
quado a idade aumenta!
Permanecemos estranhos, um ao outro
apesar de termos compartilhado
uma intimidade, que preferimos desconhecer.
Assim, vamos nos justificando,
diante do espelho do pensamento...
Somos sós, sós, tão sós, que não estamos
nem com nós mesmos.
Na solidão absoluta, nada nos é permitido
não tem remédio.
Sentir a ondulação do silêncio
quando recusamos ter a última palavra:
----Permitir que o espaço surja
Deixe em branco.
É a solidão da alma
Ciducha
Santos/2023
Arte: András Montvai